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quinta-feira, 21 de maio de 2009

Constelação familiar do Brasil

Para quem não sabe: Constelação familiar é uma terapia concebida pelo suiço Bert Hellinger na qual um grupo de pessoas se reúne sob a orientação de um terapeuta para então, como num passe de mágica, reproduzir situações familiares da pessoa escolhida para ser tratada, possibilitando assim a compreensão e a cura de acontecimentos familiares passados que repercutem no presente da pessoa. Funciona assim: se você for a pessoa cuja família será constelada, você escolhe entre o público pessoas que vão representar cada um dos membros da sua família. Você pode formular uma pergunta ou um problema que deseja resolver ou compreender relativo ao passado da família. É incrível, mas as pessoas que você escolheu para representarem a sua família, num teatro sem script, começam a se comportar fielmente como os parentes da vida real. A figura do terapeuta é muito importante para guiar todo o processo e inclusive incluir novos personagens (parentes, às vezes até falecidos) durante a representação. Trata-se de um diálogo entre pessoas e gerações. Então percebe-se como, inconscientemente, a dinâmica das nossas famílias está no ar e pode ser captada por um grupo, se essa é a intenção, e além disso como as gerações anteriores afetam a geração presente.

Ontem recebi o convite abaixo:

Amig@s,

Nos dias 5 a 7 junho estaremos na região de Porto Seguro sul da Bahia (Santo Andre) para um Encontro Xamanico sobre a Ancestralidade, onde estarei conduzindo este programa junto com Ana Xara, terapeuta e xamã de origem indígena do Brasil.

Ana trabalha com técnicas xamanicas há vários anos no Brasil, Itália, Alemanha, França e participou de várias iniciações com índios brasileiros e americanos, além de uma peregrinação pela Índia e Tibet. Também participou de várias constelações familiares e me convidou, para junto com ela, desenvolvermos este encontro onde eu como terapeuta sistêmico de família.

Junto com as práticas xamanicas ancestrais indígenas, atuaremos num sentido de melhor ordenar os sistemas e desativar os padrões de emaranhamentos que trazemos de varias gerações.

Logicamente será uma bela experiência lembrando que Bert Hellinger, o criador do método das constelações, se inspirou nas praticas ritualistas dos Zulus na África que faziam uma perfeita homeostase entre as gerações e a honra dos ancestrais.

Saudações

Reginaldo Teixeira Coelho ( Regis)
Vejo este encontro na Bahia, lugar onde foi fundado o Brasil, como uma grande oportunidade para celebrar uma constelação familiar do país, pois há somente 8 ou 9 gerações, todos os brasileiros eram portugueses nativos, africanos nativos e índios, muitos, que constituíam a maioria das famílias que habitavam a maior nação sul-americana. Portugal existe até hoje, a África também, já os índios... foram dizimados em sua própria terra.

Um dos aspectos mais interessantes dos índios ancestrais do Brasil é que eles não deixaram nenhum grande rastro material (como cidades ou templos, diferentemente dos astecas, maias ou incas). Para os nossos índios, a natureza tropical exuberante e muito farta era em si o imenso templo ideal para se viver, a grande cidade indígena sem fim, e mais: eles eram os seus guardiães.

Outro aspecto interessante da nossa ancestralidade indígena é que a pouca necessidade de trabalho material permitiu a eles ter tempo para uma intensa atividade contemplativa e espiritual. Isso fez com que depois da invasão e ocupação portuguesa, muitos dos índios, completamente anarquistas e livres, fossem naturalmente incapazes de tornar-se escravos, facilitando ainda que eles partissem, muitas vezes em rituais de suicídio coletivo, para a dimensão espiritual, com a qual estavam tão familiarizados e à qual, muito importante, não temiam.

A fracassada catequização dos índios, que de nada serviu para mantê-los vivos, é mais uma prova da alta espiritualidade destes, francamente muito superior à dos seus catequizadores europeus, que diziam "que os índios não tinham alma"...

Tudo isso para afirmar que a riqueza espiritual dos índios perdeu quase toda a conexão com a realidade material do Brasil desde então. A ancestralidade indígena brasileira é totalmente distorcida historicamente e na atualidade. O que aprendemos no colégio sobre a nossa cultura indígena é absurdamente equivocado porque é reducionista e míope. Precisamos conhecer a fundo a pré-história brasileira. E isso quer dizer conhecer também a história de Portugal e a história da África.

Intuo que deva surgir alguma luz sobre tudo isso na constelação familiar xamânica que vai acontecer na Bahia. Precisamos dessa cura e dessa reconexão geracional. Não esqueçamos de que estamos no século XXI, quase na era de Aquário, e que novas disciplinas como a exopolítica sinalizam que novos paradigmas estão chegando. A exopolítica preocupa-se com a confirmação científica de vida extra-terrestre (incluindo seres espirituais, amplamente reconhecidos pelo espiritismo de Kardec ou pela umbanda, por exemplo) e a implicação disso na política, na economia e nas relações internacionais ou mesmo interplanetárias. Caminhamos em direção à consciência galática. Os índios americanos, do Alasca à Terra do Fogo, ainda que totalmente imaterializados, têm muito o que contribuir. Nós, encarnados e americanos, precisamos fazer a ponte e dar o nosso recado para o mundo. Mas antes é preciso curar a relação com a ancestralidade, ajustar o foco, e isso a meu ver é parte do que comandarão o Régis e a Ana Xara, da Bahia. Linda missão!

Abstenho-me de comentar as enchentes no Brasil (e a parca reação à altura do governo e demais agentes sociais, o que obviamente é um absurdo total, incluindo a viagem do Lula pra China num momento em que milhares de pessoas perderam suas casas pelas águas) assim como a "peruquinha básica" que a Dilma está usando depois que fez quimioterapia e perdeu os cabelos, como noticiou ontem a Folha de São Paulo. Sem comentários.

Francisco Tomé de Castro.

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