A democracia brasileira vive episódios típicos de uma República de Bananas como a cassação do governador do Maranhão, Jackson Lago, por uso da máquina pública em seu favor durante o processo eleitoral favorecendo a volta ao governo da usurpadora-mor, a máfia dos Sarney.
Sarney promoveu e continua promovendo o maior saque a que um estado brasileiro foi e continua sendo submetido ao longo da história deste azarado país. E o pior é que o faz legalmente! Seja como governador, presidente da república, presidente do senado, escritor e por aí vai. É um super homem aranha que tece a sua teia de influência onde bem quer. A pior falcatrua de todas é a que tem essa aura de prestígio, de legitimidade, de estar acima do bem e do mal. É um modelo de família patriarcal bem sucedida trágico que ainda sobrevive no estado com um dos piores índices de desenvolvimento humano do Brasil e que não tem como ser de outro jeito. É o nordeste colonial, atrasado, desumano, cruel.
É hora de que a "justiça" eleitoral mude e deixe de punir o suposto ladrão para deixar o seu lugar para a filha do chefe da quadrilha da gangue rival. Que democracia é essa? Que lei eleitoral é essa? Onde estamos e para onde vamos com essas leis? Todos os governos brasileiros, dado o alto grau de corrupção em todos os níveis, deveriam passar por uma avaliação passados os dois primeiros anos do mandato que poderiam até incluir um novo referendo sobre a continuidade ou não de prefeitos, governadores e presidente da república. Nesse caso específico do Maranhão, como a segunda colocada, Roseana Sarney, é conhecida nacional e internacionalmente como uma das políticas mais picaretas do Brasil, sem contar o fantasma da influência do coronel culto, seu pai, aí mesmo é que uma nova consulta popular deveria ser obrigatória. Mas não, preferimos competir com a literatura do absurdo com nossas crônicas sobre essa terrorosa cassação e tudo o que ela representa.
Outra coisa que me incomoda é a hipocrisia da grande imprensa nacional. Folha de São Paulo, onde o coronel Sarney escreve uma vez por semana, não menciona nem um a contra tal figura nefasta. Veja publicou um artigo do Roberto Pompeu muito bem escrito e até crítico na edição de 8 de abril mas fica por aí... Falta uma reação contundente, tão ousada quanto a da máfia Sarney na sua tentativa bem sucedida de retornar à liderança de um estado cuja população pobre já não tem mais como ser explorada, humilhada, deserdada.
Parte da ignorante opinião pública maranhense acredita que a volta de Roseana significa a volta do progresso desenvolvimentista no estado através de investimentos do governo federal (não esqueçamos de que o presidente Lula é aliado dos Sarney e nunca botou o pé na capital, São Luís, enquanto governou o opositor Lago). A volta do patriarca encarnado em sua filha significaria ventos de bonança que na verdade só beneficiam e muitas vezes de forma grosseiramente corrupta os próprios membros da máfia Sarney. Pobre Maranhão. Mas dizem que cada povo tem o governo que merece e o carma dos maranhenses acaba de recobrar fôlego contradizendo milagrosamente até mesmo as urnas eleitorais do segundo turno em 2006 que disseram NÃO a Roseana Sarney. Agora, ao vencedor as bananas! Meus pêsames Maranhão, meus pêsames Brasil!
terça-feira, 21 de abril de 2009
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