Sinto muito, mas o entorno do Distrito Federal não é e não pode ser Águas Lindas de Goiás e o resto de cidades criminosas... O entorno do DF tem que ser todo o Brasil, a América Latina e idealmente o mundo todo. Quando JK fundou o DF no centro do país, a idéia dele não era criar uma nova capital de Goiás e nem do Centro-Oeste. A idéia era criar uma nova capital para o país e para o mundo que refletisse a modernidade do Brasil. Que deslocasse a influência do litoral, portanto colonizadora, e repensasse o Brasil a partir do centro, ou seja, do seu âmago. Essa perspectiva tem sido esquecida para o mal de Brasília e do Brasil. Por exemplo: Museu Nacional Honestino Guimarães. Certo? Errado. Deveria se chamar Museu Nacional Guimarães Rosa ou Museu Nacional e Latino-Americano, enfim, a confusão do Nacional com o local não deve existir. Brasília não tem cultura local e nem vai ter por muito tempo. Mas isso não é necessariamente ruim, deve sobrar espaço pra repensar o Brasil e isso agora mesmo é fundamental, esse é o verdadeiro papel do DF!
Neste sentido, a criação da Câmara Distrital foram muitos passos atrás já que a herança do modo de fazer política local no país trouxe para o DF todo o charlatanismo e provincianismo dos demais municípios dos estados brasileiros, sendo que o DF nem estado é. E não deve ser. Há portanto uma enorme confusão de papel sobre a qual não ouço ninguém falar. Não seria o Roriz, goiano, o culpado de que Goiás agora tenha duas capitais? Certamente. Mas trata-se de confusão grave e prejudicial, que deveria ser corrigida a tempo.
Um país emergente como o Brasil (ainda que para mim grande parte da nação ainda continua profundamente submersa) não pode se dar ao luxo de tantas disparidades regionais, de ter uma capital nacional que se confunde com outra, estadual, de continuar tão obcecado pelo litoral e portanto pela colonização... Se o Brasil fosse emergente de verdade, talvez estivesse agora ocupado em construir cinco novas capitas de estado no interior do país, uma em cada região, gerando empregos, descentralizando o desenvolvimento e oferecendo ao mundo uma nova face. As cinco novas capitais poderiam ser as únicas cidades sede da copa de 2014, por exemplo. Com novíssima infra-estrutura, sustentáveis ambientalmente, ótimos hospitais e universidades, aeroportos novos, mostrando a cara de um novo Brasil. Mas esse Brasil novo não existe e JK deve tremer no mausoléu do seu museu quando percebe o que estão fazendo com o DF e com o Brasil.
Outro problema sério que vejo é o estado de origem dos presidentes da República coincidindo com o Senador Cristóvam Buarque que falou sobre esse problema. Na antiga sexta-série do primeiro grau, a gente aprendia nas aulas de história do Brasil sobre a política do café com leite, ou seja, a alternância de um presidente paulista e outro mineiro que dominou o período da República Velha por bastante tempo. Os dois mandatos de FHC e Lula representam atualmente 15 anos de café preto no país, ou seja, de presidentes com base política paulista que tende a concentrar nesse estado megalomaníaco todo o foco e atenção do governo federal prejudicando, uma vez mais, a visão ampla e a equidade de uma nação continental como a nossa! Quer dizer, mais provincianismo!
Com um DF desfocado, SP 15 anos sob a luz forte e incandescente do holofote e o Rio na sombra e na lembrança de quando foi cidade maravilhosa (segundo artigo que li na imprensa holandesa a cidade deveria perder esse título tal o grau de desilusão dos turistas que a visitam atualmente e a comparam com o que foi no passado) temos uma das faces desiguais do Brasil do BRIC. O problema é que existem muitas outras faces desiguais, o BRIC quase se torna BRINC, não de brinco, mas de brincadeira mesmo.
Francisco Tomé de Castro.
domingo, 21 de junho de 2009
sexta-feira, 19 de junho de 2009
A Etiqueta Gay Preconceituosa de Glorinha Kalil
Não sei se todo mundo assistiu, mas o Fantástico exibiu uma reportagem da especialista em etiqueta, Glorinha Kalil, sobre nada mais nada menos do que "etiqueta gay". Nunca vi nada mais brega e fora de contexto do que isso! Mas o nosso país é brega, a TV Globo é breguíssima e subdesenvolvida mentalmente e não se pode esperar outra coisa...
Em primeiro lugar, essa história de etiqueta em geral, pertence a um mundinho muito limitadinho de pessoas que acreditam em certas normas que as tornam superiores às demais, ignorando diferenças culturais, sociais, comportamentais e até pessoais mesmo. Trata-se de atentado ridículo à naturalidade e espontaneidade das pessoas. É uma espécie de arregimentação supostamente chique mas na realidade decadente especialmente em países com tanta disparidade social como o nosso. Aliás, a etiquetada burguesia brasileira deve ser a mais decadente do mundo, dá muita pena realmente!
A reportagem começa bem, reconhecendo o fato de que os gays por todo o mundo têm conquistado muitos direitos de cidadania e afirmação mas descamba terrivel e inacreditavelmente pro lado da etiqueta que as pessoas não gays devem ter com relação a este "emancipado" coletivo. Glorinha começa dizendo que um convite formal, ou seja, escrito, a um casal gay jamais pode ser enviado em nome dos dois ou das duas mesmo em caso de que morem na mesma casa e não explica o porquê dessa lógica tão absurda. Afirma que devem ser mandados 2 convites, separados, pro mesmo endereço. Em cadeia nacional, Glorinha, com um sorriso e uma simpatia pra lá de cínica, é preconceituosa pois não acredito que tenha sido paga pelos Correios pra promover tal estupidez. Depois continua na mesma linha de fazer rir ou chorar, dependendo do ângulo em que se queira ver a reportagem, e no final triunfal aconselha a não avisar uma pessoa heterossexual de que o seu parceiro tem tendências homossexuais (caso alguém desconfie ou tenha certeza deste tipo de situação entre um casal amigo, por exemplo) pois a própria "vítima" deverá descobrir isso ou, como diz ela outra vez entre uma risada cínica, talvez até a relação "funcione" mesmo assim, nunca se sabe... sugere ela. É o cúmulo da deseducação e da promoção da desonestidade em cadeia nacional! A horrosa mensagem subliminar do último conselho dado por Glorinha como fechamento da reportagem é o de que permanecer dentro do armário, ou seja, não se assumir sexualmente pode dar certo e pode ser até melhor do que o contrário! Tudo isso faz parte de sua etiqueta monstruosa!
Em tempo, quero comentar outro caso que me assombrou veiculado em toda a imprensa de fofocas. O romance de Reynaldo Gianechini (que é homossexual) e a mãe do seu namorado, o filho de Marília Gabriela. A famosa entrevistadora resolveu ser a namorada oficial do galã para preservar a imagem deste e proteger o caso do seu filhinho numa das farsas mais ridículas e bregas do cenário das celebridades de meia tigela do Brasil. O longo namoro entre Reynaldo e o filho de Gaby acabou, a relação doentia entre genro e sogra se rompeu e toda a mídia veiculou a farsa em tom de fofoca. Reynaldo desde então tem sido visto livre, leve e solto na noite gay paulistana e até posou vestido para uma revista gay mês passado. Enfim, está saindo do armário devagarinho, mas isso não interessa à grande imprensa. Preferem a etiqueta de Glorinha Kalil.
Todos os gays do mundo respondem: Obrigado imprensa e famosos do Brasil pelo apoio e honestidade quanto à causa gay!
Para quem quiser ver a "gloriosa" reportagem de Glorinha, o link está aqui embaixo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1058639-7823-A+ETIQUETA+GAY+COM+GLORINHA+KALIL,00.html
Em primeiro lugar, essa história de etiqueta em geral, pertence a um mundinho muito limitadinho de pessoas que acreditam em certas normas que as tornam superiores às demais, ignorando diferenças culturais, sociais, comportamentais e até pessoais mesmo. Trata-se de atentado ridículo à naturalidade e espontaneidade das pessoas. É uma espécie de arregimentação supostamente chique mas na realidade decadente especialmente em países com tanta disparidade social como o nosso. Aliás, a etiquetada burguesia brasileira deve ser a mais decadente do mundo, dá muita pena realmente!
A reportagem começa bem, reconhecendo o fato de que os gays por todo o mundo têm conquistado muitos direitos de cidadania e afirmação mas descamba terrivel e inacreditavelmente pro lado da etiqueta que as pessoas não gays devem ter com relação a este "emancipado" coletivo. Glorinha começa dizendo que um convite formal, ou seja, escrito, a um casal gay jamais pode ser enviado em nome dos dois ou das duas mesmo em caso de que morem na mesma casa e não explica o porquê dessa lógica tão absurda. Afirma que devem ser mandados 2 convites, separados, pro mesmo endereço. Em cadeia nacional, Glorinha, com um sorriso e uma simpatia pra lá de cínica, é preconceituosa pois não acredito que tenha sido paga pelos Correios pra promover tal estupidez. Depois continua na mesma linha de fazer rir ou chorar, dependendo do ângulo em que se queira ver a reportagem, e no final triunfal aconselha a não avisar uma pessoa heterossexual de que o seu parceiro tem tendências homossexuais (caso alguém desconfie ou tenha certeza deste tipo de situação entre um casal amigo, por exemplo) pois a própria "vítima" deverá descobrir isso ou, como diz ela outra vez entre uma risada cínica, talvez até a relação "funcione" mesmo assim, nunca se sabe... sugere ela. É o cúmulo da deseducação e da promoção da desonestidade em cadeia nacional! A horrosa mensagem subliminar do último conselho dado por Glorinha como fechamento da reportagem é o de que permanecer dentro do armário, ou seja, não se assumir sexualmente pode dar certo e pode ser até melhor do que o contrário! Tudo isso faz parte de sua etiqueta monstruosa!
Em tempo, quero comentar outro caso que me assombrou veiculado em toda a imprensa de fofocas. O romance de Reynaldo Gianechini (que é homossexual) e a mãe do seu namorado, o filho de Marília Gabriela. A famosa entrevistadora resolveu ser a namorada oficial do galã para preservar a imagem deste e proteger o caso do seu filhinho numa das farsas mais ridículas e bregas do cenário das celebridades de meia tigela do Brasil. O longo namoro entre Reynaldo e o filho de Gaby acabou, a relação doentia entre genro e sogra se rompeu e toda a mídia veiculou a farsa em tom de fofoca. Reynaldo desde então tem sido visto livre, leve e solto na noite gay paulistana e até posou vestido para uma revista gay mês passado. Enfim, está saindo do armário devagarinho, mas isso não interessa à grande imprensa. Preferem a etiqueta de Glorinha Kalil.
Todos os gays do mundo respondem: Obrigado imprensa e famosos do Brasil pelo apoio e honestidade quanto à causa gay!
Para quem quiser ver a "gloriosa" reportagem de Glorinha, o link está aqui embaixo:
http://video.globo.com/Videos/Player/Noticias/0,,GIM1058639-7823-A+ETIQUETA+GAY+COM+GLORINHA+KALIL,00.html
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