Luz para Brasília e para o Mundo

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Um brasileiro plantando luzes no gramado do Congresso Nacional

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quarta-feira, 10 de março de 2010

A Espanha é o S dos países porcoS

Países Porcos foi a expressão criada a partir das letras iniciais dos cinco países da União Europeia que estão com graves problemas na economia derivados do déficit fiscal (mais gastos do que ingressos dos governos). Portugal, Irlanda, Itália, Grécia e Espanha, os PIIGS em inglês, POORCOS em português. Quatro desses países são predominantemente católicos sendo a Grécia, ortodoxa.

Vou falar da Espanha porque além de ser cidadão espanhol morei neste país quase 10 anos e o caso da Espanha explica o dos outros países com ramificações (como não poderia deixar de ser) na América católica e portanto no Brasil.

Todos esses países ganharam na loteria quando ingressaram na União Europeia, um bloco econômico poderoso que investiu montanhas de dinheiro nos países menos desenvolvidos (os hoje chamados países porcos)a fim de equipará-los aos países mais desenvolvidos da Europa e portanto criar uma economia continental forte, unida e próspera. Foi uma oportunidade de ouro para esses países, muitos deles arrasados por ditaduras como a de Franco na Espanha e a de Salazar em Portugal, que duraram até a década de 70. Foram feitas muitas obras de infra-estrutura (trens de alta velocidade, rodovias modernas, renovação de cidades inteiras (a Barcelona olímpica de 1992), avanços sociais (lei sobre aborto, união civil de pessoas do mesmo sexo, lei sobre violência contra a mulher), mudanças culturais (mentalidade mais aberta e cosmopolita), enfim grandes transformações!

Quando morei na Espanha sempre sonhei que todas essas transformações pudessem ocorrer nos demais países latinos do mundo (afinal de contas somos uma mesma cultura), mas sempre ouvia que o grande motor da mudança era o fator União Europeia, ou seja, o empurrão que os países mais desenvolvidos davam aos do sul da Europa e que na América Latina, por exemplo, não existia essa força propulsora!

Os países porcos enriqueceram, aconteceu o "milagre" muito rapidamente até. Muitos cidadãos desses países viraram novos ricos e começaram a consumir viagens internacionais, ter casa própria (hipotecas) resultando no boom da construção civil, criou-se uma grande classe média, houve liberação dos costumes e até mesmo intolerância com relação a imigrantes (apesar de serem necessários para fazer o trabalho que os novos ricos não queriam mais fazer!).

Lamentavelmente a festa durou bem pouco. Países como Grécia falsificaram suas contas durante anos para dar a impressão de que tudo estava bem e que podiam continuar gastando à vontade. A Espanha não diversificou a sua economia o suficiente, turismo e construção civil concentraram o grosso da atividade e com esses setores entrando em crise o país tem agora a maior taxa de desemprego da União Europeia, em torno de 20% da população ativa! Um verdadeiro horror!

O que falhou? Do meu ponto de vista, a falha é cultural. Em nossos países católicos e na Grécia ortodoxa nos falta honestidade, garra para fazer mudanças profundas, mais talento para tudo o que é social, científico e tecnológico, estratégico. Sempre perdemos as grandes oportunidades. Somos egoístas, simplistas, levianos. Temos elites míopes, cegas quase. Temos uma igreja hipócrita, atrasada, mesquinha (um amigo meu muito acertadamente sugeriu que a Igreja católica ajudasse os países porcos a sair da crise doando parte do seu imenso e intocável patrimônio!). Isso tudo é o nosso chiqueiro!

Quanto ao Brasil, mais pano do mesmo tecido. E que pano! O gigante sul-americano ainda que chegue a ser a 1ª economia do mundo não deixará de ser um país terceiro mundista pois tem ojeriza a mudanças sociais e políticas de fundo. A nossa cultura é a da maquiagem, a do "me engana que eu gosto", a da justiça para poucos (vejam o caso Arruda), a do assistencialismo e esmola. Nesse país não existe um projeto sério de cidadania, de educação, de ética, não tem nada! Estive esses dias no Rio de Janeiro, cartão postal do Brasil e da cultura brasileira, e fiquei horrorizado com a decadência da cidade e das pessoas! Muito lixo na rua, indigentes pra todo lado, serviços de má qualidade, chuvas que alagam e matam, trânsito infernal, enfim NADA do que se orgulhar, pelo contrário,um CAOS.

A conclusão é a de que países porcos combina com países católicos e/ou latinos, desiguais, corruptos... A pocilga é cultural. As etapas de crescimento econômico beneficiam uma minoria, é tudo muito efêmero, oportunista, brega, novo rico. Tudo em nome do pai, do filho e do espírito santo. Amém.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Haiti: menos Vudú e mais Oração*

Estamos assistindo pela TV ao vivo o terror que vivem os haitianos depois da maior tragédia que aconteceu em seu país. Brasileiros desabrigados pelas chuvas também tem vivido dias de terror, europeus, americanos, chineses, enfim, gente do hemisfério norte também tem sofrido por causa do excesso de neve e por aí vai.

Mas, claro, nada se compara à tragédia maior do Haiti. Será que as tragédias são fenômenos meramente físicos ou elas têm também uma dimensão espiritual? Algumas pessoas dizem que se Deus existisse mesmo, essas tragédias não aconteceriam ou que Deus, na verdade, é muito mal. Esquecem de que na Terra o ser humano tem livre arbítrio e pode escolher entre bem, mal ou ficar acima de tudo isso! Não é questão de Deus, é questão dos homens e mulheres mesmo!

O Haiti é conhecido como a terra do vudú. O vudú inclui rituais dos mais macabros que se possa imaginar tendo ramificações até no Brasil onde recentemente ficou-se sabendo do caso das duas crianças com agulhas no corpo na Bahia e no Maranhão. O povo haitiano, pela ignorância, tem usado o seu livre arbítrio para praticar o mal a suas crianças, a seus adultos e a seus velhos. Não é à toa que trata-se de um país anárquico, o mais pobre do Ocidente e agora o que sofre a pior tragédia de todos.

Mais do que de dinheiro, os haitianos precisam de ORAÇÃO*, de iluminação, de uma nova consciência espiritual. É pena que as forças de paz do Brasil oficialmente não tenham essa visão (mas com certeza alguns deles a tem) e nós brasileiros, conscientes disso, podemos daqui em nossas preces diárias rezar* pelo povo e pedir que com essa tragédia aprendam e evoluam. Sem esquecer de que em nosso país e no resto do mundo essa evolução é necessária também.

A televisão explora as tragédias para conseguir audiência e pontos no IBOPE. Não entendo repórteres que se deslocam para regiões destruídas como o Haiti para entrevistar pessoas e filmar a dor dos outros. Será que não seria mais útil ajudar? O que fazem dezenas de correspondentes internacionais no aeroporto de Porto Príncipe? Será que não deveriam ter absoluta prioridade os voos com equipes de resgate, trazendo comida e remédios? O tempo nesses casos é crucial.

Como diz o Caetano naquela música, o Haiti é aqui. Oremos* por ele.

* Pode ser oração, meditação, estar em silêncio, enfim qualquer que seja a forma de comunicação com o divino em você.