Luz para Brasília e para o Mundo

Luz para Brasília e para o Mundo
Um brasileiro plantando luzes no gramado do Congresso Nacional

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sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Será que acabou mesmo a festa?

Hoje é 14 de novembro de 2008. Se meu pai ainda fosse vivo faria hoje 64 anos. Mas ele partiu daqui em abril deste ano e não chegou a ouvir falar da crise financeira mundial atual e nem da reunião do G-20 que começa em Washington esse final de semana.

Crise do crédito e de confiança no sistema financeiro, crise das hipotecas subprime nos Estados Unidos, fuga de dólares, recessão, desemprego... Milhões e milhões de dinheiro público gastos em planos de salvamento de bancos e instituições de crédito privadas, o mesmo dinheiro que poderia ser utilizado para programas sociais, educação, melhoria do meio ambiente, saúde, enfim em prol da humanidade.

O mundo gira, mais do que nunca, em torno do dinheiro e não das necessidades humanas. Isso fica patente nesse episódio da crise financeira global. Mas são muito poucas as vozes que se levantam para denunciar esta barbárie! Uma delas é a do indiano Mohammed Yunus, o banqueiro dos pobres, que em recente entrevista concedida à BBC de Londres atacava com razão o sistema de créditos dominante, que só apoia quem já tem dinheiro. Yunus criou um sistema de concessão de micro-créditos para pessoas de baixa renda que é um sucesso total! Revelou ainda que a maioria dos seus clientes são mulheres (o sistema oficial para ele é para lá de machista!!) e essas senhoras apresentam um grau de inadimplência próximo a zero, ou seja, a grande maioria devolve perfeitamente o dinheiro que lhes é emprestado!

Duvido muito que Yunus faça parte da comitiva indiana que comparecerá a Washington para a reunião de cúpula que pretende começar a redesenhar o sistema financeiro mundial, principalmente no sentido de regulá-lo. O presidente Lula é outro, que tinha tudo para representar o interesse dos mais pobres nesta cúpula (aliás esse deveria ser o seu dever histórico), porém como não faz bem o seu dever de casa (as bolsas esmolas do seu governo que o digam!) não podemos esperar nada diferente na sua intervenção em nível internacional em Washington. O Brasil com isso perde a chance de se projetar como país porta-voz dos interesses do dito terceiro mundo em nome da parte do primeiro mundo que somos (classe alta e média alta brasileira, egoísta e eternamente ameaçada pela violência galopante no gigante tropical), o que é um despropósito e de uma grande miopia diplomática.

Lula não questionará as bases do capitalismo! Lula não falará em nome dos pobres e necessitados do Brasil e do mundo. Lula não brigará por uma ordem internacional mais justa e igualitária. Até porque ele não tem autoridade para isso (em vista do populismo ParTidário de seus seis anos de governo). Uma vergonha! Mas a mesma crise servirá até 2010 para desmascarar a bonança econômica ainda restrita a poucos (fora as bolsas esmolas!) do Brasil e deverá passar fatura nas próximas eleições presidenciais. Quero que fique claro também que não sou do PSDB e nem defendo um presidente tucano em 2010. Só queria que o Brasil mudasse de verdade, combatesse a corrupção, fundasse um Estado sólido e moderno, virasse uma potência de verdade e que incluísse tod@s! Que tivéssemos pelo menos educação e saúde de excelente qualidade para todo mundo! Oxalá!

Francisco de Castro